No total são 14 episódios, com diversos personagens e histórias profundamente sensibilizadoras.
Os filmes foram gravados em 2014 e editados em 2015.
Os filmes foram gravados em 2014 e editados em 2015.
Deixaremos aqui os vídeos disponibilizados.
Uma outra maneira de sentirmos a memória, de criarmos a história, de fazermos cinema e de encontramo-nos uns aos outros.
A partir de um encontro afetivo com essas pessoas, nos propomos um jogo: abrir a caixa de fotografias e as lembranças que elas trazem, disparando assim muita poesia que surge do contar/relembrar a vida.
O projeto é realizado pelo Cineclube Ahoramágica em parceria com a Associação Ciranda da Cultura. Tem patrocínio municipal via PROMIC (Programa Municipal de Incentivo a Cultura de Londrina) e federal via "Programa Pontos de Memória" (Instituto Brasileiro de Museus / MinC).
Abaixo os filmes e alguns textos e fotos sobre o conceito do projeto.
Abaixo os filmes e alguns textos e fotos sobre o conceito do projeto.
DÉCIMO QUARTO (ÚLTIMO) EPISÓDIO
Personagens: Crianças da comunidade, "Ida ao rio"
DÉCIMO TERCEIRO EPISÓDIO
(Personagem: Petrina)
DÉCIMO SEGUNDO EPISÓDIO
(Personagens: Moradores do Jd. Campos Verdes)
DÉCIMO PRIMEIRO EPISÓDIO
(Personagem: Rosalina)
DÉCIMO EPISÓDIO
(Personagem: Maria da Paixão)
NONO EPISÓDIO
(Personagens: Tercila e Manoel)
OITAVO EPISÓDIO
(Personagens: Cicera e João Pedro, participação especial de Renata)
SÉTIMO EPISÓDIO
(Personagem: Lucia)
SEXTO EPISÓDIO
(Personagem: Miguel)
QUINTO EPISÓDIO
(Personagem: Vózinha)
QUARTO EPISÓDIO
(Personagem: Manoel)
TERCEIRO EPISÓDIO
(Personagens: Cida e Lia)
SEGUNDO EPISÓDIO
(Personagem: Agenor)
PRIMEIRO EPISÓDIO
(Personagens: Ricardo e seus filhos)
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(Equipe colhendo memórias - foto por Beatriz Amaro)
Detalhando o conceito do projeto:
Já faz um bom tempo que buscamos
encontros
por meio do cinema. Sendo o cinema um meio de aproximação, uma
maneira das pessoas nos aceitarem como curiosos de seus sentimentos,
como perguntadores, como colhedores das poesias que estão nas
minúcias de seus trejeitos, nas relações que trançam com seus
objetos pessoais, na maneira como pronunciam uma palavra ou uma
expressão. De verdade, não acho que estes “retratos filmados”
servem como discurso da história da periferia da região oeste de
uma cidade do interior. É mais como usar suas memórias, seus
trejeitos, os detalhes de seus cotidianos como matéria-prima para
poesia em audiovisual. Talvez uma outra maneira de se compor um
discurso histórico? Talvez. Não estamos interessados, ali, em
cronologia… mas, a memória como matéria prima da poesia… a
memória do corpo, afetiva… que se percebe nos micro-detalhes
concretos e subjetivos.
Também, um cinema-encontro. Quando
estamos juntos a um depoente estamos ali entregues, deixando aquele
sujeito ser.
Quantos seguram lembranças (ou
risos, agonias, traumas) aos familiares e aos amigos? Mas, quando
vamos nos aproximando, sensíveis a sua fala, abrigando seus sonhos e
pesadelos, com uma câmera pra eternizá-los, o peito do
sujeito-depoente se abre, palavras que nunca mais disse ou ficaram
perdidas se reencontram, se enunciam, se escancaram, a uma equipe até
a poucas horas atrás estranha, desconhecida, que chegou devagarinho,
respeitando, estimulando que o sujeito seja. É quando acontece o
fenômeno do encontro afetivo. E quanto maior a afetividade sincera
que tecemos e nos permitimos, mais o filme tem a potência
sensibilizadora. O cinema como possibilitador de encontros, de
afetividade, de expressão livre, o cinema que potencializa o sujeito
a ser.
Como disparadores do encontro,
propomos alguns jogos aos depoentes, o principal deles era o sujeito
apresentar-nos retratos que considerassem importantes para eles. E
muitos álbuns de fotos se abriram, fotinhas 3x4, ou retratos enormes
no centro da sala, em locais escondidos no fundo do fundo do armário,
do tempo antigo, do tempo atual… etc. Os retratos nos voam longe,
às vezes são até perigosos tendo que ficar presos em algum
esconderijo debaixo de umas cobertas velhas, de um livro sagrado…
E nossos depoentes, olhando pras
fotos iam se abrindo, rememorando, percebendo a sua história, se
aproximando de nós. Por isso chamamos nossos pequenos filmes de
“retratos filmados”, porque o concebemos buscando deixá-los com
essa atmosfera que se cria quando um crava profundamente seus olhos e
sentimentos num retrato que lhe é fundamental. Talvez estes pequenos
filmes criem essa atmosfera profunda em quem os vislumbra e, estes,
os guardem dentro de si como guardam seus retratos fundamentais.
O TERRITÓRIO
A região no
qual se desenvolveu este trabalho pode ser entendida como a periferia
da região oeste de Londrina-PR, onde se emaranham um grande complexo
de sete bairros vizinhos (Conj. Avelino Vieira, Conj. João Turquino,
Jd. Maracanã, Jd. Olímpico, Jd. Campos Verdes, Jd. Londriville e
Jd. Universitário), cercados
por fundos de vale e sítios, no limite da fronteira da cidade. O
complexo de bairros começou a surgir a partir da década de 1980 com
a construção de Conjuntos Habitacionais (promovidos por
imobiliárias privadas em parceria com a COHAB-Londrina) que acolheu
moradores de muita baixa renda. Em meados dos anos 1990, começaram-se
a instalar famílias que ocupavam a terra da região, sendo que
bairros foram surgindo resultantes deste processo de ocupação e
assentamento. Os moradores do Jardim Maracanã, por exemplo, somente
obtiveram no ano 2000 a garantia de direito a terra junto a
prefeitura municipal, o bairro Campos Verdes ainda sofre de
instabilidade de acolhimento de serviços de saúde e infraestrutura
por estar em limites não definidos de fronteira entre Londrina e a
cidade de Cambé.
Hoje a região possui alguns
serviços públicos estabelecidos, ao menos nos bairros mais antigos
e populosos. No entanto, é um bairro com diversas dificuldades
sociais. Quase nenhuma política cultural chega até a região, sendo
a Associação Ciranda da
Cultura uma das únicas
entidades que centraliza e organiza alguma atividade neste sentido,
isso faz com que a comunidade tenha um profundo acolhimento e
afetividade com a Associação. A própria Associação é coordenada
por membros moradores do bairro e pelas crianças da região, que
dominam o território. Nós, do cineclube Ahoramágica, organizamos o
projeto para a realização deste filme em parceria com a Associação
Ciranda da Cultura que fortaleceu e garantiu a aproximação da
comunidade da região com nosso trabalho. As crianças que tomam
conta de lá, estiveram presentes em quase todas as ações que
realizamos e nos marcaram afetivamente de maneira única. Elas
encantaram nossas idas e passeios pela região, aliás, várias delas
aparecem nos filmes aqui apresentados.
Além da realização dos filmes, o
projeto ainda previa intervenções audiovisuais nas ruas da região,
exibições cineclubistas de filmes a comunidade e outras atividades
culturais. O projeto foi contemplado no Programa Federal “Pontos de
Memória” (Instituto Brasileiro de Museus / Ministério da Cultura)
e no edital do “Programa Municipal de Incentivo à Cultura de
Londrina” (PROMIC), que possibilitaram o financiamento da equipe e
da estrutura de realização.
FOTOS
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