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terça-feira, 28 de outubro de 2008

PROGRAMAÇÃO OUTUBRO/NOVEMBRO

29/10 – “Festa de família” (dir. Thomas Vinterberg - 1998, Dinamarca)
“[...] é o Dogma nº1, o que significa dizer que é o primeiro filme feito segundo os mandamentos do Dogma 95, manifesto redigido por Thomas Vinterberg, diretor do filme, e por Lars Von Trier, diretor reconhecido internacionalmente, e que dirigiu o Dogma nº2, Os Idiotas [...]”

05/11 - CURTAS DO CINEMA DE VANGUARDA DO INÍCIO DO SÉCULO XX:
Le retour à la raison (1923) - 2 min. de Man Ray
L'étoile de mer ("A estrela do mar") (1928) - 15 min. de Man Ray
Emak-bakia (1926) - 16 min. de Man Ray
Brumes D'automne (1928) - 12 min. de Dimitri Kirsanoff
Überfall ("Assalto") (1928) - 22 min. de Ernö Metzner
Meshes of the afternoon ("Tramas do entardecer") (1943) de Maya Deren

12/11 – Filme da série “Conto das quatro estações” do diretor ERIC RHOMER
No piniquinho (sala 201 - CCB - UEL). 17 horas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO

15/10 - FESTA DE FAMÍLIA (dir. Thomas Vinterberg)

22/10 - "TAXI DRIVER" (dir. Martin Scorsese)

No piniquino (sala 201 - CCB - UEL) - 17 horas.

ABISMU

"E se as verdades estiverem todas no fundo de um abismo? Nós (ex-nós) vamos cair então, nos desmanchar na queda. Mas.........e se, desconfigurados no mundo (ex-mundo), não termos mais nada além da nossa ausência? Escutaremos então muito Jimi Hendrix, comeremos pastéis de carne humana, confundiremos os pratos de uma bateria com o quebrar das ondas, falharemos na nossa missão, descumpriremos nosso destino e daremos tiros ao ar de alegria e satisfação. O importante, enfim, é não cansar de cair, e Sganzerla nos ajuda nisso com seu estridente O Abismo. Afinal, Zé Bonitinho, aquele que não é batom, mas está na boca de todas as mulheres, tem muito a dizer, compreende? "

Gabriel

Matou a família e foi ao cinema

Um sonho. Um delírio. Uma fantasia. Um devaneio. Uma realidade absurda, o absurdo que nos salta aos olhos, que assalta a nossa moralidade, o nosso bom senso, que escancara a nossa falta de consenso. Tomé precisou ver para crer, mas Lobão já nos disse “se tudo é ver para crer, nada é demais”. O que nos acontece é absurdo, o que acontecemos nos transborda, vai além de nossas palavras, de nossos gestos, de nossas expressões mais corriqueiras.
O choro imenso da criança pequena é rompido pelo estrondoso som que anuncia a morte, é a bala que rasga a pele e deixa o seu vestígio em suas penetrações. São máscaras que caem no chão, submersas em abismo, supérfluas demais para um amor de uma intensidade inquantificável, talvez o mesmo do nosso tempo de Drummond: Hoje é dia de comida, amanhã será o de amor!
Mas o que as câmeras de Bressane nos aponta, não é o grito poético que revela o oculto, é o que sabemos e não dizemos e talvez não saibamos dizer. O que Bressane nos mostra é a família burguesa dilacerada, é o filme que se confunde com a realidade, é um grito de Basta! ao abandono, é a impossibilidade de seguir numa rotina que tritura, tritura, dilacera.
São os silêncios, os sambas, o rock romântico que configuram uma temática que extrapola explicações. São cenas cotidianas em molduras de entrada/saída: a porta que se fecha para o desejo que é proibido; do cômodo escuro que se enxerga a transcendência de leis; o corpo sobre a mesa estendido, torturado, marcado pelas mordaças de uma ditadura militar; as flores de plástico que simbolizam a vida num lar doméstico, domesticado.
Lares ainda inexistentes para uma negação que ainda não é emancipação. Manchetes de hoje, parecidas com a de ontem, esperadas amanhã. Subterfúgios escondidos em cada gatilho e corações prontos para explodir. Vidas que clamam por vidas em museus de uma história contemporânea. Arte desacreditada que ainda persiste. Tudo isso é Bressane em Matou a Família e Foi ao Cinema e muito mais que vai além das palavras ditas e tecidas nesse papel.

Rodrigo

cine-clube A HORA MÁGICA

cine-clube A HORA MÁGICA pode ser pensada como um grupo de indivíduos que se reunem para propagar o blá-blá-blá sobre o CINEMA, um grupo aberto, livre, expontâneo, que realiza e incentiva, desde 2004, intervenções e produções cinematográficas pelo campus e por diversos outros cantos de Londrina-Via Láctea.
Seu foco inicial, e hoje em dia central, é garantir o acesso gratuito às obras cinematográficas de qualquer formato, postura ou tamanho, desde que decidida a importância de sua exibição pelo grupo. A HORA MÁGICA favorece o encontro de desejos, a troca de saberes e a retirada do acervo privado empoeirado na estante para ser posto em circulação.
Parte desse grupo anda confeccionando curtas metragens e vídeos experimentais, indo por caminhos que demonstram as possibilidades de criação, desmentindo a retórica frustrada por impeditivos financeiros e burocráticos.
Isso não quer dizer que não queremos asas maiores. Pra esse semestre já queremos realizar mostras de filmes e imagens (na Uel, no DCE do centro, na Casa do Estudante, nos festejos...) finalizar alguns curtas, iniciar outros, ampliar o acervo da videoteca da Uel incentivando doações, arrumar recursos pra expandir nossos equipamentos, incentivar a pirataria, ajudar a oxigenar as cabeças do movimento estudantil e de outros movimentos e, também, dos anti-movimentos, confeccionar documentários, construir grupos de discussão, estudar a criação de um curso de cinema na Uel, esfrangalhar esse reitor e acabar com a auto-destruição e a falta chiste no mundo.
Sei lá! Até agora lembro disso. Mas pode aparecer mais, ou esses objetivos mudarem.
Erga-nos: ahoramagica@yahoo.com.br