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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Zorba e a cueca


...um rio navegado me ensinou o ludibriamento. mas e pra usá-lo por uns dias tenho de saber que podem ter consequências... mas quando o ludibrio é pela poesia, vai fundo que a providência colabora... volto pra casa tranquilo e gargalhando, usando da poesia que Zorba lembra pro mundo que existe... provoco incomodações com ironias postas que fazem barbados tremerem o olho, coçarem o buraco do nariz e confundirem as opiniões... a discussão tem de ser provacada, ahoramágicos, e numa ahoramágica ela vem de onde menos se espera... pega no contra-pulo... irrita e confunde e assusta pra que se digam e se constrapunha e se ponham... Zorba, o the greek Alexis é duma estupenda feitiçaria (e narrativa sim, longa e saborosa), nem vi as duas horas e vinte passando e aqueles atores são gigantescos e o diretor do lado... mas o roteiro pra mim nem é um roteiro, mas um mapa de conceitos pra falarmos sobre o que estamos vasculhando... cada personagem e cada uma de suas bagunças é uma fábula demonstrativa de como pode ser discursado e posto em roda a temática "sensibilização"... ali se vê as travas, a interpretação de um sujeito sufocado pega nas entranhas, sufoca quem vê, dá aquela vontade de pular dentro da tela e bater na nuca do cara pra que faça qualquer coisa de coragem, que perca o medo, que perca tanta frescura com seu topete... ahhhhhhhh! malditos, ela é linda e voceis querem passar a faca em seu pescoço porque é a riqueza pulando e gritando e isso não é suportável num mundo contido e moralizado até as pontas da hipocrisia... faz alguma coisa... ahhhhhhhhhh! Zorba!!!!!!!!! aparece... Zorba!!!!!!!!! que cena representativa das relações esvaziadas e medrosas e moralizadas que nos impedem de conhecer a nossa chama azul e de tocar as chamas azul daquele que está bem ali... dá vontade de vomitar nosso entupimento, que cena terrível de se mesclar... mais, mais, mais, Zorba é o pai e o amigo que ensina a rebeldia, os desvios, ainda bem que ele existe pra quando eu tomar coragem de ele me ensinará os passos de dança... só acredite em deuses que dancem! Agora, tem aquela cena que ele consegue driblar os entupimentos e entra em um fio de breve embriaguês no quarto da moça de olhos imensos!!!! ela é a mãe, ele não consegue ser homem, ele não cresceu, só é um meninão, com dinheiro... "me ensina mãe, eu nem sei onde fica o meu coração quanto mais o de uma mágica como você, com esses olhões!"... ele tinha ali uma maneira de contruir um chão familiar... com pai e mãe... mas que chão torto!... já muito bagunçado e atrasado...! agora tem de crescer no susto e vai ter muita dor se não aprender a explodir, dando gargalhada da seriedade da sua vida e de como se construiu... foi sábio por fim... explodiu na primeira oportunidade que apareceu após o desastre do assassinado de sua mãe-com-quem-tem-de-se-deitar por causa de sua inanição de vizualizar o seu próprio brilho azulado! mas ali também foi muito fácil, a seriedade foi abaixo de uma maneira muito engraçada e fantástica... e não tem pra onde fugir, vai ter de plantar bananeira junto com o Zorba... ou, se quizer, a escuridão de um buraco que nem o mais travado gostaria de entrar... as contigências e fluxos que Zorba, irresponsável, armou confeccionaram caminhos tão abertos que não se pode mais distinguir onde está a guia. ...e o respeito pelas doideras de cada um e das que vão se impondo na vida do personagem Zorba... esse aí carrega uma placa indicando pra divindade presente nesta dimensão, onde os homens criam cinema e põe no nosso nariz histórias que nos lembra dos descaminhos necessários e dos caminhos esquecidos. Taí, ahoramágicos... onde a poesia dialoga com a provocação. Por onde esse diálogo escorrega o caminho é engraçado e não se é fácil o diagnóstico quadrado, nem o reconhecimento tão veloz, escorre-se pelo dedos, mais firmeza mano! Esse filme é um campo conceitual... um ABC... uma cartilha pra gente continuar no domingo que vem e nos outros e záz, záz...

e para baixar a trilha sonora do Zorba, the greek: http://www.4shared.com/get/1OqylrIn/Zorba_The_Greek_-_Original_Sou.html

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